Black Friday, o verdadeiro negócio da china.

Black Friday, o verdadeiro negócio da china.

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A Black Friday é um verdadeiro marco no ano dos consumidores brasileiros. É uma data em que as lojas se organizam em mutirões de ofertas e condições especiais, o público faz fila nas portas e o e-commerce atinge picos de acesso. Mas, e a Black Friday chinesa, você conhece?

Criada em 1993, na Universidade de Nanquim, na China, a Black Friday de lá é, na verdade, a comemoração do Dia do Solteiro no país, celebrado no dia 11 de novembro. A data foi escolhida pois o número um representa a pessoa sozinha (11/11). No início apenas homens participavam das atividades, com o objetivo de encontrar um par romântico em encontros à cegas. Festivais, shows e outras formas de entretenimento eram realizadas nesse dia, onde os solteiros também presenteavam uns aos outros com envelopes vermelhos com dinheiro. Aproveitando a grande movimentação que o evento causava e a influência em relação aos jovens na época, os varejistas adotaram a data para o comércio local, que depois se expandiu também ao e-commerce. Hoje seu objetivo é fazer com que as pessoas comprem presentes para si mesmas.   

O poder do Dia Do Solteiro.

A data pode ser desconhecida por aqui, mas ela é tão grande na China que, sozinha, movimenta no e-commerce mais do que a Black Friday de muitos países ocidentais combinados. O dia é marcado por transmissões ao vivo e shows para os compradores chineses. Os resultados são gigantescos. Em 2018, o site Alibaba faturou 30 bilhões de dólares, quatro vezes mais que todo o faturamento do e-commerce brasileiro no mesmo ano. Isso tudo em apenas 24h. Em 2019, o faturamento chegou a 36 bilhões dólares. Um crescimento de 50% em relação ao ano anterior.

A loja online AliExpress celebra a Black Friday chinesa desde 2009. O faturamento no primeiro ano foi de 7 milhões de dólares, e na edição de 2018 somou cerca de 30 bilhões. Em números finais de 2019, o número de pedidos do AliExpress e outros sites estrangeiros dobrou em relação ao ano anterior, passando de 910 mil, e somando 210 pedidos por minutos.

Mas, e o Brasil nisso tudo?

O fenômeno que a data se tornou ensina ao comércio brasileiro como transformar momentos em oportunidades. Alguns sites brasileiros já entraram na onda da Black Friday chinesa, aproveitando o grande potencial que o Brasil tem no e-commerce. Diversos sites chineses já realizam ações em território brasileiro para estimular as vendas na data. O Brasil é o 5º maior consumidor do Alibaba no mundo.

A Lojas Americanas já aproveita as duas datas de venda em novembro, com a Black Friday tradicional e o Dia do Solteiro. Para potencializar as promoções que a data pode oferecer, o segredo é a importação. Sites que vendem produtos da China como AliExpress, Gearbest e Banggood são ótimos lugares para procurar ofertas e bons preços.

A tradição chinesa vem auxiliada da tecnologia, onde cerca de 700 robôs ajudam na logística, como chatbots, por exemplo. Além disso, qualquer produto comprado em sites chineses chega muito rápido para o despacho no aeroporto, demorando por volta de 5 horas, enquanto no Brasil a demora e a burocracia ainda são grandes. A tendência é que o e-commerce cresça cada vez mais no Brasil e no mundo. Segundo o estudo Perfil do E-Commerce Brasileiro, feito pela PayPal e BigData Corp, só em 2019 a expansão foi de 40%. Atualmente existem quase 1 milhão de sites dedicados ao comércio eletrônico no país. Estudos mostram que em 2020, cerca de 50% das compras serão feitas online.

Essas ações reforçam a atenção que deve ser dada ao e-commerce, e a Black Friday chinesa é uma oportunidade para aproveitar essa popularidade e ganhar ainda mais visibilidade. As agências de publicidade aparecem neste contexto através de novas propostas e oportunidades de negócio. Levando em conta o futuro das vendas online, que, segundo uma pesquisa do Google, irá dobrar em cinco anos. E você, está preparado para esse futuro próspero para vendas?

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